POR QUE O AMOR É CEGO?

Por que o amor é cego? - Foto: sapatosdedancar.blogspot.com
“Cada um que passa em nossas vidas é único, pois cada um é único, ninguém substitui o outro. Vem e vai, mas não nos deixa só, pois leva um pouco de nós e nos deixa um pouco de si.” Saint-Exupéry (adaptado).

Por que não enxergamos a pessoa amada como realmente ela é? Sem contar as loucuras que fazemos por ela?

O amor, na visão da neurociência, é a invasão de dopamina, um hormônio que ativa as “recompensas” do cérebro, produz prazer. Não é como uma droga, mas age de forma semelhante, entretanto as reações corporais e mentais são diferentes.

As reações do amor vão do arrepio ao orgasmo. Podendo corar, suar, ofegar, acelerar o batimento cardíaco. Resulta também em cortejo e exibição da sua parte à pessoa amada. Tais reações são comumente observadas quando estamos com medo, mas no caso do amor elas ficam “marcadas” no cérebro, e são ativadas até mesmo quando apenas vemos uma foto ou pensamos na pessoa amada.

O processo de construção do amor se dá primeiro pelo desejo sexual, motivado pelo hormônio testosterona. Logo em seguida vem a atração física. Neste caso, hormônios do bem-estar, como dopamina, endorfina e serotonina, promovem um estado de felicidade intensa, euforia, ou seja, as “recompensas”, o prazer. Por fim, observamos o vínculo duradouro, o amor.

Quando o amor acontece, o sistema límbico (central das emoções) produz um “oceano” de substâncias que transformam a pessoa amada em uma pessoa perfeita, a “cegueira” se manifesta. Diante da percepção dos defeitos e conflitos da pessoa amada, o cérebro, estimulado, força a criação de uma “história fictícia”, que enfatiza as qualidades e minimiza os pontos negativos. Entretanto esse estado não dura a vida toda. Mas se os laços construídos forem fortes e existirem outros fatores, que, além da atração física, une o casal, o relacionamento continua.

O apaixonado se acostuma com as reações do cérebro. Novas situações (estímulos) devem ser criadas para a manutenção das reações. Quando isso não acontece, o cérebro, agora já “viciado”, entra em estado de abstinência, necessita das “recompensas”. Daí surge o desespero, a procura de meios para resgatar a paixão, ou do contrário, a procura de um novo amor, pois o cérebro, ainda “viciado”, necessita manter-se estimulado, apaixonado para receber as tão saborosas “recompensas”. Essa abstinência pode levar dias e até meses. Se tão logo cessarem os estímulos, não mais resultando em prazeres, o estado de tristeza e depressão será comum de ocorrer. Então a “cegueira” é curada. E se ainda persistia no resgate da paixão pela pessoa amada, logo os pontos negativos se sobressaem às qualidades, resultando em desinteresse, e por fim no término do relacionamento.

O cérebro é responsável pela “cegueira” do amor, porém outros fatores, como a carência, o medo de ficar só e a vontade de formar uma família, podem contribuir para encontrar o amor perfeito, porém devemos ficar espertos, pois amar não é suprir uma necessidade. Sabemos que o amor continuará se houver estímulos resultando em reações prazerosas, e não pela simples vontade de manter um relacionamento, uma tarefa muito difícil, pois o amor não se “deixa acontecer”, ele apenas acontece!

Fontes: O Globo On-line, Portal R7, Portal UOL, Folha.com, Blog Um Pouco de Tudo.

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